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HOME OFFICE: UM DIREITO DAS MÃES TRABALHADORAS NO PERÍODO DE PANDEMIA

HOME OFFICE: UM DIREITO DAS MÃES TRABALHADORAS NO PERÍODO DE PANDEMIA

Há cerca de um ano estamos enfrentando a pandemia causada pela COVID-19.

Como medida de se evitar a disseminação da doença, temos nos mantido em casa, o máximo possível, evitando o contato físico com outras pessoas.

E esse distanciamento faz com que muitas mulheres empregadas, que antes saíam cedo de casa e só retornavam aos seus lares no fim do dia, acabem sendo forçadas a adaptar suas rotinas para conseguirem desenvolver suas atividades profissionais em casa.

É o chamado home office, que cada vez mais tem sido uma opção adotada pelas empresas, para que suas empregadas consigam realizar o trabalho à distância.

Quando a trabalhadora é mãe, muitas vezes o home office é a única alternativa viável para que a mulher possa se manter trabalhando e, ao mesmo tempo, consiga cuidar de seus filhos, já que grande parte das creches e escolas estão fechadas para aulas presenciais.

Porém, embora para uma trabalhadora mãe o home office durante a pandemia seja um grande desafio, ser obrigada a voltar a exercer sua jornada laboral na sede da empresa, sem ter onde deixar suas crianças, é ainda pior.

No trabalho em home office, os direitos das empregadas mães continuam os mesmos: licença maternidade mínima de 120 dias para as mães que acabaram de ter filho (seja por parto ou adoção), prorrogação de 06 (seis) meses da licença maternidade (quando a empresa empregadora tiver aderido ao Programa Empresa Cidadã instituído pela Lei nº 11.770/2008), dois intervalos de 30min para amamentação dos filhos de até 06 (seis) meses, inclusive se advindo de adoção (em casa, a mãe tem flexibilidade para escolher os horários dos intervalos), fornecimento de creche e pré-escola pelo empregador (o direito permanece à disposição da empregada em qualquer situação), abono de 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica, dentre outros.

Mas e o direito da mãe em permanecer trabalhando em home office, também é possível de ser obtido? A resposta é SIM.

E inúmeros têm sido os julgados dos Tribunais Trabalhistas que reconhecem o direito da trabalhadora permanecer em home office durante a pandemia.

Ressalta-se que o art. 227 da Constituição Federal prevê que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.


        Ou seja, a proteção e o bem-estar do menor é dever de todos e está acima de qualquer interesse.


       Logo, a mãe trabalhadora que foi afastada do ambiente da empresa para realizar a jornada de trabalho em casa, poderá se manter em home office até o final da pandemia.

Ademais, se o empregador permitiu o trabalho remoto em um primeiro momento, isso quer dizer que a empresa reconhece a possibilidade de sua realização através dessa modalidade.

Portanto, não haveria prejuízo ao empregador por manter a empregada trabalhando em casa no período pandêmico.

Assim, a empregada a quem não for oferecida a possibilidade de se manter trabalhando em casa e que não conseguir entrar em um acordo amigável com seu empregador poderá recorrer à Justiça do Trabalho para obter o direito de continuar trabalhando em home office.

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Criado por ALINE CEZAR BECKER
Aline é advogada, especialista em Direito do Trabalho. Graduou-se em Direito pela Universidade Ritter dos Reis (UNIRITTER). Especializou-se em Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho pela Fundação Escola de Magistratura do Trabalho do Rio Grande do Sul (FEMARGS), bem como cursou MBA em Processo Estratégico de Pessoas, no Centro Universitário Barão de Mauá e MBA em Contract Law, na Harvard University. É membra da Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas (AGETRA) e constantemente participa de campanhas em defesa de direitos sociais.

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